Por Kizito Makoye
KIGOMA, Tanzânia (Thomson Reuters Foundation) - Quando estava no fim da gravidez, Hadija Mchume viu todos na sua aldeia no Burundi arrumar as coisas para fugir da violência política e ela sabia que tinha de se juntar a eles.
"Foi um momento terrível para mim, mas eu tive força suficiente para fugir, porque queria poupar a vida do meu bebê que ainda nem tinha nascido", disse Mchume à Thomson Reuters Foundation.
A poucos dias do parto, a mulher de 23 anos fugiu da violência que tomou conta de sua região levando gaze e uma lâmina de barbear caso tivesse que dar à luz durante o deslocamento.
Ela chegou a Kagunga, no lago Tanganyika, onde o bebê nasceu saudável, poucas horas antes de embarcar num barco para Kigoma, na Tanzânia ocidental.
Mchume estava entre milhares de refugiados do Burundi que chegaram a Kagunga, na Tanzânia, para embarcar no MV Liemba, uma balsa antiga contratada pelo Acnur, órgão para refugiados da Organização das Nações Unidas, para transportar as pessoas que fugiam pelo lago.
Mais de 50 mil burundineses fugiram para os países vizinhos nas últimas semanas em meio a protestos violentos desencadeados pela intenção do presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, de concorrer a um terceiro mandato.