Por Marwan Makdesi
DAMASCO/BEIRUTE (Reuters) - Dez pessoas foram mortas e pelo menos 50 ficaram feridas num ataque a míssil em Damasco nesta quinta-feira, informou um grupo de monitoramento, no que parece ser o segundo bombardeio pesado do grupo insurgente Exército Islâmico em menos de duas semanas.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora a violência na Síria, também disse que o Exército respondeu com pelo menos 40 ataques aéreos no distrito oriental de Ghouta, onde o Exército Islâmico está baseado, e que 57 pessoas morreram.
O Exército Islâmico foi formado pela fusão de facções rebeldes em 2013. O grupo segue uma doutrina islâmica e, no passado, recebeu o apoio da Arábia Saudita.
A agência estatal síria de notícias Sana disse que cinco pessoas foram mortas no que ela afirma ter sido um bombardeio realizado por "terroristas takfiri".
"Takfiri" é um termo usado para descrever grupos sunitas radicais que consideram outras pessoas infiéis.
Projéteis que teriam sido lançados de uma posição a leste da capital puderam ser ouvidos explodindo na cidade, disseram testemunhas. A mídia local relatou que o Exército Islâmico está por trás de ataques em diversas áreas residenciais.
A televisão estatal afirmou que três mísseis atingiram áreas próximas da histórica mesquita de Umayyad, uma das maiores do mundo e localizada na Cidade Velha da capital.
O líder do grupo militante disse na terça-feira que seu grupo iria mirar a capital da Síria, que está sob controle do governo.
Insurgentes e as Forças Armadas da Síria estão em conflito por controle das áreas a leste da capital, e a Força Aérea realizou bombardeiros na área, incluindo nos distritos de Ghouta e Jobar.
Uma mensagem nas redes sociais que supostamente pertence ao líder do Exército Islâmico, Zahran Alloush, diz que o ataque foi só um pouco do que o Exército sírio já fez em Ghouta.
Ele descreveu Damasco como uma "zona militar" em uma declaração no começo da semana, e disse que seu grupo iria responder aos ataques da Força Aérea.