Por Sabine Siebold e Humeyra Pamuk
RIGA (Reuters) - A Rússia pagará um preço alto por qualquer nova agressão contra a Ucrânia, alertaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os Estados Unidos nesta terça-feira, quando a aliança militar ocidental se reunia para debater as intenções de Moscou ao reunir tropas na fronteira com a ex-República soviética.
O Ocidente já mostrou que pode exercer sanções econômicas, financeiras e políticas contra Moscou, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, a repórteres antes da reunião dos ministros das Relações Exteriores da aliança em Riga, capital da Letônia.
"Haverá um alto preço para a Rússia pagar caso eles mais uma vez usem a força contra a independência da nação, a Ucrânia", disse Stoltenberg.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deve informar suas 29 contrapartidas da Otan a respeito da visão da inteligência dos EUA a respeito da fronteira leste da aliança e da Ucrânia, que não é um membro da Otan.
"Quaisquer ações de intensificação da Rússia seriam uma grande preocupação para os Estados Unidos, como seriam para a Letônia, e qualquer nova agressão desencadearia consequências graves", disse.
As intenções de Kiev de integração com o Ocidente geraram um impasse com Moscou.
"ATIVIDADE MALIGNA"
Dois reforços de soldados russos neste ano nas fronteiras da Ucrânia alarmaram o Ocidente. Em maio, eles chegaram a 100 mil, o maior número desde a anexação russa da Crimeia em 2014, disseram autoridades ocidentais.
Moscou considera inflamatórias as insinuações ucranianas de que está preparando um ataque, disse que não ameaça ninguém e defende seu direito de mobilizar soldados em seu território como bem entender.
Reino Unido e Alemanha reiteraram os avisos da Otan.
"Estaremos com nossas democracias parceiras contra a atividade maligna da Rússia", disse a secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, disse: "O apoio da Otan à Ucrânia é ininterrupto... A Rússia terá que pagar um preço alto por qualquer tipo de agressão".
(Reportagem adicional de John Chalmers em Bruxelas)