Por Pavel Polityuk
KIEV (Reuters) - Seis pessoas receberam tratamento em um hospital nesta terça-feira após ficarem feridas no que a polícia descreveu como um ataque com granada contra um grupo de nacionalistas ucranianos, na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, ataque atribuído pelas autoridades às forças pró-Rússia.
A explosão, a mais recente de uma série de detonações misteriosas em Kharkiv e outras cidades ucranianas, ocorreu na noite de segunda-feira, quando as pessoas saíam de um tribunal após uma audiência sobre um caso envolvendo armas de fogo e um jovem nacionalista.
Kharkiv, cidade de 1,4 milhão de habitantes, está mais de 220 quilômetros distante da zona do conflito separatista, onde forças do governo da Ucrânia combatem rebeldes pró-Moscou.
O Setor Direito, um grupo de extrema direita que teve um papel de destaque nas manifestações de rua que derrubaram o presidente Viktor Yanukovich, aliado da Rússia, um ano atrás, disse que vários de seus ativistas ficaram feridos e apontou o dedo para os separatistas simpáticos à Rússia.
"No final da audiência, as pessoas começaram a sair do tribunal e neste momento aconteceu uma explosão. Como resultado, 13 pessoas se machucaram e seis delas ficaram com feridas abertas", informou um comunicado da polícia.
A polícia afirmou que a explosão parece ter sido causada por uma granada.
O serviço de segurança estatal ucraniano, o SBU, lançou uma operação anti-terrorista na cidade depois do ataque de segunda-feira, que as autoridades declararam ter sido claramente direcionado contra pessoas, ao contrário de detonações anteriores em Kharkiv, na cidade de Odessa, no sul, e em outras localidades.
"Vemos um elo entre isto e explosões prévias em Kharkiv e Odessa. Quanto a quem as realizou, são traidores locais, os elementos pró-Rússia", afirmou Markiyan Lubkivsky, autoridade de primeira escalão do SBU, à Reuters.
"Não temos dúvida de que este foi um sistema bem organizado e dirigido a partir do outro lado da fronteira com a Rússia", acrescentou ele.
Kharkiv é um importante centro de defesa que produz equipamento militar de alta tecnologia para a indústria de defesa da Ucrânia.
Entre outros locais alvejados na cidade nos últimos meses estão uma base da Guarda Nacional, um hospital militar e um bar onde se arrecadava dinheiro para os soldados ucranianos.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; +55 21 2223-7148))REUTERS FP