BAUCHI, Nigéria (Reuters) - Militantes do Boko Haram mataram 23 pessoas nesta quinta-feira, disseram autoridades, num momento em que os insurgentes islâmicos lutam contra uma ofensiva militar lançada pela Nigéria e três países vizinhos.
Um homem-bomba matou pelo menos 17 pessoas num ponto de ônibus em Biu, no Estado de Borno, nordeste da Nigéria, segundo uma fonte militar e um vigilante local. Um segundo homem-bomba tentou detonar seus explosivos na mesma estação de ônibus, mas foi contido por uma multidão e espancado até a morte, afirmou o vigilante Ibrahim Jaton.
"Nossos rapazes pararam um jovem para checagem no ponto de verificação, mas ele se recusou a parar e tudo que ouvimos foi um som alto", disse Jaton.
Pouco depois, duas bombas explodiram na cidade de Jos, no altamente volátil "Cinturão do Meio", onde o sul em grande parte cristão se encontra com o norte muçulmano, matando seis pessoas.
O uso de homens-bomba se tornou uma tática comum do Boko Haram desde o ano passado, enquanto o grupo expandiu território e se tornou mais forte e mais mortal.
Mas, nas últimas três semanas, o grupo começou a sofrer uma série de derrotas numa ofensiva militar da Nigéria e seus vizinhos Camarões, Níger e Chade, que têm sido desestabilizados pelos islamitas.
A onda de ataques a civis pelos militantes nos últimos dias parece uma vingança à campanha militar.
Na terça-feira, homens-bomba atingiram dois pontos de ônibus em diferentes partes do norte da Nigéria, matando pelo menos 26 pessoas em ataques que o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, atribuiu ao Boko Haram, grupo militante islâmico que, segundo ele, será derrotado em breve.
Os vizinhos da Nigéria estão intensificando os ataques contra o Boko Haram, mas, como resultado, também estão sendo alvos.
Duas pessoas foram mortas em uma charrete no Níger nesta quinta-feira, quando passaram por cima de uma mina que teria sido plantada pelos insurgentes islâmicos.
(Reportagem de Lanre Ola)