Por Rujun Shen
CINGAPURA (Reuters) - O perigo de combatentes estrangeiros e indivíduos radicalizados que apoiam o Estado Islâmico realizarem ataques em seus países de origem está aumentando, mesmo com o progresso na luta contra os militantes, disse uma autoridade dos Estados Unidos nesta quarta-feira.
"Realmente acredito que é um problema crescente", afirmou o general da reserva John Allen, enviado especial dos EUA para formar uma coalizão contra o Estado Islâmico, a repórteres em Cingapura quando indagado sobre o risco de indivíduos e grupos se juntarem à facção radical e realizarem atentados em sua terra natal.
"Os combatentes estrangeiros são uma realidade com a qual todos nós teremos que lidar no futuro", acrescentou.
No início desta quarta-feira a Austrália afirmou ter frustrado um ataque iminente ligado ao Estado Islâmico, menos de dois meses depois de um autodeclarado xeique aliado ao grupo militante sunita fazer reféns em um café de Sydney durante 17 horas.
"O Estado Islâmico deixou claro que sua intenção, de fato, é atacar os países de origem. Isso não é surpresa para ninguém. A questão não é se irão atacar. A questão é o que pode ser feito para defender esses países", disse Allen.
As vitórias contra a facção no campo de batalha diminuiriam seu apelo a recrutas em potencial, e têm surgido cada vez mais relatos de combatentes estrangeiros que se desiludem com o grupo, de acordo com o enviado.
Programas comunitários de inclusão social na terra natal também podem ajudar a evitar que homens e mulheres jovens se deixem seduzir, acrescentou.
Centenas de pessoas de países do sudeste asiático foram lutar com o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
Entender a natureza do fluxo de combatentes estrangeiros chegando e partindo dessa região, e cooperar com os agentes da lei e as forças de segurança, ajudaria na defesa contra essa ameaça, afirmou Allen.
Os Estados Unidos lideraram uma série de ataques aéreos com um grupo de países contra o Estado Islâmico.
A Casa Branca irá pedir ao Congresso ainda nesta quarta-feira para usar a força contra os militantes, disseram assessores do Congresso na segunda-feira, abrindo caminho para a primeira votação da legislatura sobre a amplitude de uma campanha que já dura seis meses.
Allen fez uma parada em Cingapura a caminho da Austrália, mas disse que não pretende pedir a Camberra que envie tropas terrestres para combater o Estado Islâmico.
No ano passado, a Austrália auxiliou os combates contra a facção no Iraque com aeronaves e forças especiais.