BENI, República Democrática do Congo (Reuters) - Supostos militantes islâmicos mataram mais de 60 pessoas em cinco dias de ataques a vilarejos no leste da República Democrática do Congo, disseram moradores locais nesta terça-feira.
Os agressores, que se acredita serem rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), atingiram pelo menos cinco vilarejos, e a ofensiva ainda estava em andamento, afirmaram os moradores à Reuters.
Sobrecarregado pela violência em suas regiões orientais, o governo do Congo nomeou oficiais militares para administrar o Kivu do Norte e a província vizinha de Ituri em maio. Uganda enviou mais de 1.000 soldados em dezembro para realizar operações conjuntas contra a ADF.
Mas os ataques continuaram inabaláveis, com os combatentes da ADF atacando civis locais em retaliação às campanhas militares.
"A luta continua mesmo a esta hora e os corpos das vítimas estão sendo retirados em motocicletas", disse Kinos Katuho, líder da sociedade civil na vila de Mamove.
Ele contou que 62 mortes foram registradas nos cinco vilarejos e acusou o Exército de não fazer nada para proteger os moradores.
"Voltei (para casa) e encontrei minha família inteira morta, minhas irmãs, meus filhos", disse outra moradora de Mamove, Suzanne Mwassi, que se escondeu no mato ao redor por dois dias depois que militantes atacaram no fim de semana.
O porta-voz do Exército congolês Antony Mwalushayi disse que mais de 300 soldados foram enviados para a região e que dois militantes da ADF foram mortos na terça-feira.
Dezenas de milícias estão ativas no leste do Congo, legados de duas guerras regionais entre 1996 e 2003. Eles lutam rotineiramente contra as forças de segurança congolesas e entre si, competindo por terra, influência política e recursos minerais.
(Reportagem de Erikas Mwisi)