JOANESBURGO (Reuters) - A rica família sul-africana Gupta, acusada de exercer influências indevidas sobre o presidente Jacob Zuma, disse neste sábado que planeja se desfazer de todas suas ações de empresas sul-africanas até o final do ano.
Os Guptas negaram as acusações de que teriam usado sua amizade com Zuma para influenciar suas decisões ou terem seus interesses atendidos. Mas a agência anticorrupção do país disse em julho que precisaria de mais recursos para investigar se Zuma teria permitido que a família tomasse decisões governamentais.
Em nota, a família Gupta afirmou acreditar que "é a hora certa para deixar nossas posses de ações de empresas sul-africanas", dizendo que a medida deverá beneficiar seus atuais empregados.
"Portanto, anunciamos hoje nossa intenção de vender todas as nossas posições na África do Sul até o final do ano. Já estamos em negociações com uma série de potenciais compradores internacionais", disse a nota.
A notória família empresarial é acusada de estar por trás da abrupta demissão do ministro das Finanças Nhlanhla Nene em dezembro, medida que abalou a confiança de investidores, levando a pedidos pela renúncia de Zuma.
O escândalo que cerca os Guptas teve uma revelação dramática no início do ano depois que o vice-ministro de Finanças Mcebisi Jonas disse que a família havia oferecido o emprego de seu chefe.
Zuma afirma que os Guptas são seus amigos, mas negou ter feito qualquer ato impróprio. Os Guptas também negaram ter oferecido cargos governamentais.
A bolsa sul-africana sofreu novamente nesta semana com a notícia de que o substituto de Nene, Pravin Gordhan, havia sido convocado por uma unidade de polícia de elite que investiga uma célula espiã no serviço de impostos.
As ações da família Gupta na África do Sul incluiriam sua holding Oakbay Investments, que controla a Oakbay Resources ORLJ..J, listada em Joanesburgo, o jornal New Age e o canal de notícias ANN7.
(Por Ed Stoddard)