Por Francois Murphy e Dave Graham
VIENA (Reuters) - Os austríacos votaram neste domingo para escolher um novo Parlamento, com o Partido da Liberdade (FPO), de extrema-direita, buscando garantir sua primeira vitória nas eleições gerais, o que pode levar a uma disputa dentro da União Europeia sobre a guerra na Ucrânia.
O FPO liderou as pesquisas de opinião durante meses, mas sua vantagem sobre o Partido Popular Austríaco (OVP), agremiação conservadora e atualmente no poder, do chanceler Karl Nehammer, quase evaporou em uma campanha dominada pelas preocupações dos eleitores com a economia e a imigração.
Estimativa baseada em pesquisas tardias, inclusive no dia da eleição, publicada pela emissora oe24, previa que o FPO venceria com 26% a 28% dos votos, com o OVP com 24% a 26%.
Muitas seções eleitorais já fecharam, mas a votação continua em outras áreas, tornando o resultado ainda incerto.
Quem vencer não terá maioria absoluta, segundo as pesquisas, mas reivindicará o direito de liderar um governo de coalizão.
"O que está em jogo é se a FPO indicará o chanceler ou não", disse Kathrin Stainer-Haemmerle, professora de ciências políticas da Universidade de Ciências Aplicadas da Caríntia.
"Se isso acontecer, devo dizer que o papel da Áustria na União Europeia será significativamente diferente. Kickl sempre disse que (o primeiro-ministro húngaro) Viktor Orban é um modelo para ele e que ele o apoiará".
Nehammer se apresenta como um estadista e descreve o rival, o líder da FPO, Herbert Kickl, como uma ameaça tóxica. Kickl se apresenta como um defensor da neutralidade austríaca que limpará o país após anos de fracassos do establishment.
Uma vitória do FPO pode tornar a Áustria o mais recente país da UE a registrar um aumento no apoio da extrema-direita, depois de ganhos em países como Holanda, França e Alemanha.
(Reportagem de Francois Murphy e Dave Graham; Reportagem adicional de Louis van Boxel-Woolf)