Por Greg Torode
CINGAPURA (Reuters) - Uma autoridade de alto escalão da Otan pediu nesta sexta-feira que Pequim seja mais aberta sobre seu crescente acúmulo de armas nucleares, dizendo que, como potência global, a China tem a responsabilidade de melhorar a transparência.
Angus Lapsley, secretário-geral assistente da Otan para Política e Planejamento de Defesa, afirmou na conferência de segurança regional Shangri-La em Cingapura que a Otan está disposta a conversar com a China sobre o assunto.
"Como potência global, (a China) tem a responsabilidade global de ser mais transparente", disse Lapsley, acrescentando que a escala e o ritmo do acúmulo chinês são "realmente impressionantes".
Lapsley declarou que a Otan, formada pelos membros com armas nucleares Estados Unidos, França e Reino Unido, não quer interferir na região, mas quer se envolver, observando que a China tem o direito de modernizar e expandir seus arsenais.
"A Otan está aberta ao diálogo, mas não pode substituir o diálogo entre os EUA e a China", disse ele.
Lapsley destacou relatórios do Pentágono de que o arsenal chinês está crescendo em tamanho e sofisticação, e que as autoridades norte-americanas pediram um maior diálogo com a China.
O relatório anual do Pentágono sobre a China, divulgado em novembro de 2022, observou que Pequim parecia acelerar sua expansão em 2021 e agora tem mais de 400 ogivas nucleares operacionais – um número ainda muito abaixo dos arsenais dos EUA e da Rússia.