Por Patricia Zengerle e Doina Chiacu
WASHINGTON (Reuters) - Importantes autoridades do governo Trump, pediram a senadores nesta quarta-feira para que eles não rebaixem os laços com a Arábia Saudita por conta da morte do jornalista Jamal Khashoggi, dizendo que isso prejudicaria a segurança nacional e ameaçaria a estabilidade no Oriente Médio.
Depois de vários parlamentares terem defendido uma reação forte dos EUA, os secretários de Estado, Mike Pompeo, e o de Defesa, Jim Mattis, falaram ao Senado em audiência a portas fechadas sobre a Arábia Saudita e o assassinato de Khashoggi em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul. A guerra no Iêmen também foi tema tratado.
Pompeo reconheceu que o conflito no Iêmen tem atingido de forma terrível os civis, mas argumentou que a Arábia Saudita representa um importante contrapeso ao Irã na região.
“De forma geral, rebaixar os laços com a Arábia Saudita seria um erro grave para a segurança nacional dos EUA e dos nossos aliados”, disse Pompeo nos comentários que ele havia preparado para a reunião no Senado. “O reino é um força poderosa para a estabilidade na região.”
Depois da reunião, Pompeo afirmou à imprensa que não havia evidência direta ligando o príncipe saudita Mohammed bin Salman ao assassinato de Khashoggi. Mattis, mais tarde, disse a jornalistas no Pentágono que não havia “prova concreta”.
Contudo, Pompeo e Mattis não pareciam ter convencido vozes importantes sobre política externa no Senado, incluindo a de republicanos, que disseram acreditar que não tomar nenhuma atitude seria uma mensagem mais perigosa para o mundo.
O senador republicano Bob Corker, presidente do Comitê de Relações Exteriores, declarou que era aparente para todos no encontro que o príncipe era responsável pela morte do jornalista.
"Temos um problema aqui. Entendemos que a Arábia Saudita é um aliado, um tipo de, e um país semi importante”, afirmou Corker. “Temos também um príncipe que está fora de controle.”