BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, fez duras críticas ao que classificou de intervencionismo do governo no setor de energia e disse que isso está provocando prejuízos e desequilíbrios.
"Os dados da CNI já somam 53 bilhões de reais (de gastos do Tesouro),... 19 bilhões (de reais) a fundo perdido" para manter o setor elétrico "respirando por aparelhos", atacou o presidenciável tucano durante evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília.
Ele se referia à renovação antecipada dos contratos de geração e transmissão de energia elétrica promovidas pela medida provisória 579.
O tucano considerou as atitudes do governo "uma descoordenada e desorganizada intervenção" no setor. Aécio afirmou ainda ter alertado, na época em que a MP era analisada pelo Congresso, que a redução das contas de energia elétrica – motivo da edição da medida – poderia ser feita de outra maneira.
"A pretexto da diminuição da conta de luz a indústrias e para as famílias brasileiras, ela (presidente Dilma Rousseff) não foi pelo caminho mais fácil, que nós apontávamos... que era a desoneração do Pis/Cofins", disse Aécio a jornalistas, após a apresentação a empresários na CNI nesta quarta.
"Isso por si só poderia estar diminuindo já naquele instante, no final de 2012, alguma coisa em torno de 5 por cento das contas de luz das famílias e indústrias brasileiras."
No evento, ele também citou desequilíbrios no setor de gás e petróleo e voltou a criticar o modelo de partilha adotado pela gestão petista.
Mais cedo, o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, defendeu, em entrevista a jornalistas após apresentar suas propostas no evento da CNI, "regras claras" para o reajuste de combustíveis. [nL2N0Q51OS]
Ainda nesta quarta, Dilma, candidata à reeleição pelo PT nas eleições de outubro, falará para os empresários no evento da CNI.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Jeferson Ribeiro)