Por Juan Medina
A BORDO DO OPEN ARMS, Mediterrâneo (Reuters) - Uma instituição de caridade que realiza resgates marítimos pediu permissão para levar os corpos de dois imigrantes mortos para a Espanha, informou a própria organização nesta quarta-feira, desistindo da opção de levar uma sobrevivente a um porto muito mais próximo na Itália, cujo primeiro-ministro acusou grupos de resgate de mentirem.
O navio Proactiva Open Arms recuperou os corpos de uma mulher e um menino pequeno que morreram e uma sobrevivente dentro de um barco avariado no centro do mar Mediterrâneo na terça-feira, acusando a Guarda Costeira líbia de abandoná-los e criticando a Itália por fechar seus portos a imigrantes resgatados.
A Itália deu permissão para o barco atracar em Catânia, na Sicília, e aceitou acolher a sobrevivente, mas não os corpos, disse o Proactiva.
O grupo rejeitou a oferta e preferiu apelar à Espanha, cujo novo premiê, Pedro Sánchez, deu grandes demonstrações de boa vontade para acolher imigrantes desde que tomou posse.
"É incompreensível que eles concordem em receber a mulher resgatada, que está sofrendo de hipotermia grave, mas não tenham mostrado a mesma disposição para os dois corpos", disse o Proactiva no Twitter.
O grupo acrescentou que a descrição do ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, de suas imagens da área como "mentiras e insultos" e os temores com o bem-estar da sobrevivente também levaram à escolha pela Espanha.
O Ministério do Interior espanhol não estava disponível de imediato para comentar. A Guarda Costeira italiana não respondeu a um telefonema.
(Reportagem adicional de Paul Day em Madri e Crispian Balmer em Roma)