Por Jeff Mason e Timothy Gardner e Valerie Volcovici
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu aos países que trabalhem juntos em uma transição para a energia limpa nesta sexta-feira, o segundo e último dia de uma cúpula climática que ele comandou para impulsionar a ambição mundial de diminuir o aquecimento global.
"Nações que trabalham juntas para investir em uma economia mais limpa colherão as recompensas para seus cidadãos", disse o presidente democrata, que tomou posse em janeiro, à cúpula virtual.
Biden convocou a reunião com dezenas de chefes de Estado para declarar a volta dos EUA à mesa da liderança climática depois de seu antecessor, Donald Trump, retirar o país do Acordo de Paris, que visa a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Biden, que reintegrou os EUA ao pacto, anunciou na quinta-feira uma nova meta de redução de emissões de 50%-52% até 2030 em comparação com os níveis de 2005. O Japão e o Canadá também elevaram suas metas.
"Os compromissos que assumimos precisam se tornar reais. Assumir compromissos e não fazer nada é só ar quente, sem trocadilho", disse.
Ele afirmou ter se animado com o apelo do presidente russo, Vladimir Putin, para que o mundo colabore na remoção avançada do dióxido de carbono e que os EUA esperam trabalhar com a Rússia e outros países em tecnologia.
Putin e o presidente da China, Xi Jinping, falaram na cúpula na quinta-feira, mas não fizeram novas promessas de cortes de emissões.
A reunião norte-americana é a primeira de uma série de encontros de líderes mundiais – incluindo o G7 e o G20 – antes da cúpula climática anual da Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro na Escócia. Ela será o prazo final para quase 200 países atualizarem suas promessas climáticas em consonância com o pacto de Paris.
Bill Gates, empresário bilionário que se converteu em filantropo, disse estar trabalhando com parceiros em um programa chamado Breakthrough Energy Catalyst que arrecadará dinheiro de governos, filantropos e empresas para fazer investimentos de capital para baixar o custo da tecnologia limpa.
"Podemos construir novas indústrias e empresas que apoiam comunidades de todo o mundo com bons empregos para fazerem a transição para a economia limpa", disse.
Jennifer Granholm, secretária de Energia dos EUA, declarou que a tecnologia limpa é "o voo à Lua de nossa geração" e que seu departamento anunciará novas metas de "saltos nas tecnologias da próxima geração", como captura de carbono, armazenamento de energia e combustíveis industriais.