Por Jeff Mason
WASHINGTON, 11 Jul (Reuters) - Um homem cujo filho foi morto durante ataque a tiros a uma escola em 2018 em Parkland, na Flórida, interrompeu declaração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, nesta segunda-feira, durante evento para celebrar a aprovação da primeira grande lei federal de segurança relacionada a armas em três décadas.
Manuel Oliver, cujo filho Joaquin foi assassinado no massacre da Marjory Stoneman Douglas High School, gritou "já passamos por isso há anos e anos" no evento, durante o qual Biden elogiou a nova lei, mas disse que mais precisa ser feito.
“Sente-se e você ouvirá o que tenho a dizer”, afirmou Biden do púlpito no gramado sul da Casa Branca antes de pedir permissão a Oliver para falar. Oliver foi escoltado para fora de seu lugar e Biden continuou com seu discurso.
O incidente ressalta a dificuldade que Biden, um democrata, vem tendo em lidar com o problema da violência armada. Defensores de leis de segurança de armas mais fortes o veem como um aliado, mas querem que ele faça mais para impedir o volume de mortes relacionadas a armas que se tornaram parte da vida cotidiana nos Estados Unidos.
Ao marcar um raro acordo bipartidário sobre o assunto, Biden usou o evento em um dia claro e ensolarado em Washington para pedir novamente a proibição de armas de assalto. Ele disse que o país estava "inundado de armas de guerra".
O Congresso demonstrou pouca inclinação para proibir armas de assalto após o vencimento de uma restrição às armas do tipo em 2004, mas Biden espera utilizar a crescente indignação do povo norte-americano com os atentados a tiros para liderar uma maior pressão sobre os parlamentares para que eles mudem de ideia.
"As armas de assalto precisam ser proibidas. Elas eram proibidas... estou determinado a proibir essas armas de novo, além dos dispositivos de armazenamento de alta capacidade", afirmou.
O presidente também afirmou que os parlamentares deveriam acrescentar leis de armazenamento seguro exigindo responsabilidade pessoal "pelo não travamento de sua arma".
Biden também disse que apoia a segunda emenda da Constituição norte-americana, que concede aos cidadãos do país o direito de portar armas de fogo, mas disse que "o direito de portar armas não é um direito absoluto para dominar todos os demais".
Biden, ao lado da vice-presidente Kamala Harris, falou em um evento na Casa Branca para celebrar a aprovação recente do projeto de segurança em armas de fogo, primeira legislação do tipo em 30 anos.
(Reportagem de Jeff Mason, Steve Holland, Nandita Bose em Washington)