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Biden se reúne com líderes de ilhas do Pacífico para conter avanço da China

Publicado 25.09.2023, 16:26
© Reuters. Presidente norte-americano, Joe Biden, em Congresso em Washington, EUA
23/9/2023 REUTERS/Elizabeth Frantz/Arquivo

Por Steve Holland e David Brunnstrom e Kirsty Needham

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu com líderes de ilhas do Pacífico para uma segunda reunião na Casa Branca nesta segunda-feira, parte de uma ofensiva que tem como objetivo conter o avanço da influência chinesa em uma região estratégica, que historicamente Washington considera o seu próprio quintal.

Antes do encontro, que aproveita a realização de um fórum com 18 países insulares da região, Biden anunciou o reconhecimento diplomático de mais duas nações da região do Pacífico: Ilhas Cook e Niue.

Autoridades norte-americanas afirmaram que os EUA também prometerão mais investimentos de infraestrutura na região, incluindo a melhora da conexão de internet por meio de cabos submarinos.

"Os EUA se comprometem a assegurar uma região do Indo-Pacífico que seja livre, aberta, próspera e segura. Estamos comprometidos em trabalhar com todas as nações desta mesa para alcançar esse objetivo", afirmou Biden durante a cerimônia.

Segundo uma autoridade, os EUA trabalharão com o Congresso para fornecer 40 milhões de dólares para dar apoio a "uma infraestrutura segura, sustentável e resiliente" na região, ao lado de parceiros como Japão e Austrália.

Ao se referir ao plano, contudo, Biden errou o montante e disse que a ajuda seria de 40 bilhões de dólares.

O primeiro-ministro das Ilhas Cook e presidente do fórum, Mark Brown, afirmou que o encontro é "uma oportunidade... de desenvolver nossas parcerias em prol da prosperidade".

Biden foi anfitrião da primeira cúpula com ilhas do Pacífico -- com 14 participações -- há um ano e deveria se encontrar com os líderes novamente em maio, em Papua-Nova Guiné. A reunião, porém, foi cancelada quando uma crise sobre o teto da dívida norte-americana forçou Biden a encurtar sua viagem à Ásia.

O governo Biden prometeu, no ano passado, ajudar as ilhas a se defenderem da "coerção econômica" da China. Um comunicado conjunto foi emitido dizendo que os países compartilhavam uma visão para a região na qual "a democracia poderá florescer".

Biden disse que reconhecer as Ilhas Cook e Niue como Estados soberanos e independentes "nos permitirá expandir o escopo desta longeva parceria, enquanto buscamos enfrentar os desafios que mais importam para as vidas dos nossos povos".

O primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, que tem aprofundado os laços do país com a China, não participará do fórum. Um assessor sênior do governo Biden afirmou que os EUA ficaram "decepcionados" com a decisão do premiê.

Washington parece não ter conseguido avançar muito em oferecer financiamento considerável e maior ajuda às Ilhas Salomão. Sogavare visitou a China em julho, anunciando um acordo de policiamento com Pequim que se baseia em um pacto de segurança assinado no ano passado.

© Reuters. Presidente norte-americano, Joe Biden, em Congresso em Washington, EUA
23/9/2023 REUTERS/Elizabeth Frantz/Arquivo

O primeiro-ministro de Vanuatu, Sato Kilman, também não participará do encontro. Ele foi eleito por parlamentares há duas semanas para substituir Ishmael Kalsakau, que recebeu um voto de não-confiança por ações que incluem a assinatura de um pacto de segurança com a Austrália, aliada dos EUA.

Fiji saudou a maior presença norte-americana para tornar o Pacífico "mais seguro", mas Kiribati, uma das ilhas mais remotas da região, localizada 4 mil quilômetros a sudoeste do Havaí, afirmou neste ano que planeja modernizar uma pista de pouso da Segunda Guerra Mundial com a ajuda da China.

(Reportagem de David Brunnstrom e Trevor Hunnicutt em Washington e Kirsty Needham em Sydney)

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