Por Bill Berkrot
NOVA YORK (Reuters) - A Fundação Bill e Melinda Gates voltou suas atenções para o surto de Zika vírus, e seus fundadores disseram que a reação ao vírus, que pode estar ligado a casos de má-formação craniana em recém-nascidos no Brasil, tem sido melhor do que a da epidemia de Ebola no oeste da África em 2014.
"Ficamos profundamente envolvidos com o Ebola, e já estamos ficando profundamente envolvidos com o Zika", disse Melinda Gates em uma entrevista antes da divulgação da carta anual da fundação na segunda-feira.
"Tentamos reunir os melhores cientistas, e todas as melhores cabeças, com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), a Organização Mundial de Saúde (OMS)" para analisar as populações doentes, o controle do mosquito, diagnósticos e vacinas, afirmou.
A fundação mais rica do mundo, presidida pelo co-fundador da Microsoft e sua esposa, vem ajudando a se obter grandes avanços contra doenças nas nações mais pobres do mundo. A entidade distribuiu ajuda de quase 4 bilhões de dólares em 2014 e tinha 43,5 bilhões de dólares no final do mesmo ano, de acordo com as cifras mais recentes disponíveis.
A crise do Zika "com certeza nos pegou de surpresa", disse Bill Gates, já que, até recentemente, o vírus não parecia ser um problema substancial.
"É outra tragédia, e novas tecnologias médicas podem ajudar, mas elas nunca surgem da noite para o dia, como gostaríamos", afirmou. "(Comparado com) o Ebola, trágico como foi (...), o mundo, incluindo todos estes cientistas, está se mexendo muito mais rápido desta vez".