Por Gabriella Borter
BALTIMORE, Estados Unidos (Reuters) - Bispos católicos dos Estados Unidos reafirmaram na quarta-feira a visão de que os católicos que desafiam ensinamentos da Igreja sem arrependimento deveriam se abster do sacramento da Sagrada Comunhão, mas não repudiaram diretamente políticos que apoiam o direito ao aborto, como alguns conservadores esperavam.
A questão da elegibilidade para a comunhão cria um debate intenso na Igreja, pondo em questão se políticos como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que apoia o direito ao aborto, deveriam poder receber o sacramento, que é uma tradição central para a fé católica.
A Igreja Católica ensina que o aborto é imoral. Biden, o primeiro presidente norte-americano católico desde John F. Kennedy, diz que pessoalmente se opõe ao aborto, mas que apoia o direito de escolha das mulheres, e promete proteger este direito de leis estaduais restritivas.
O documento sobre a comunhão, que os bispos aprovaram por uma grande margem em sua reunião em Baltimore, no Estado de Maryland, não menciona nem Biden, nem outros políticos explicitamente pelo nome, e tampouco se concentra na questão do aborto. Ele diz que católicos que exercem autoridade pública "têm uma responsabilidade especial" de seguir a lei moral da Igreja.
Embora represente uma refutação simbólica, o documento não delineia nenhuma diretriz nova que impediria Biden de receber a comunhão. Ele repete um comunicado que a conferência episcopal norte-americana emitiu em 2006 que disse que os católicos que rejeitam "obstinadamente" os ensinamentos morais da Igreja deveriam se abster da comunhão.