Por Brian Homewood
ZURIQUE (Reuters) - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, partiu para a ofensiva neste sábado no início do seu quinto mandato à frente da entidade, dizendo que os Estados Unidos manipularam o momento do anúncio de uma investigação sobre corrupção para tentar minar a sua campanha à reeleição. O suíço de 79 anos venceu com facilidade a votação no congresso da Fifa em Zurique, obtendo o apoio de votos da Ásia e da África, que bateram os dissidentes da UEFA, o órgão que controla o futebol europeu. Agora ele enfrenta a missão de restaurar a confiança na organização que chefia, marcada por escândalos de corrupção e dividida sobre sua liderança. Em entrevista a uma emissora de televisão suíça na sexta-feira, ele criticou as autoridades norte-americanas pela maneira como as investigações foram realizadas. "Ninguém vai tirar de mim a impressão de que não foi uma simples coincidência que esse ataque norte-americano ocorreu dois dias antes das eleições da Fifa", disse Blatter ao canal RTS. "Por que eles (polícia) não fizeram isso em março, quando tivemos o mesmo encontro? Porque, naquele momento, tínhamos menos jornalistas." Na quarta-feira, a polícia suíça prendeu sete importantes cartolas do futebol, inclusive o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, e o vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb. As prisões têm a ver com um escândalo de propinas investigada por EUA, Suíça e outras agências de inteligência e que afundou a Fifa na maior crise de seus 111 anos de história. Blatter também criticou a UEFA, cujo presidente Michel Platini pediu a sua renúncia, dizendo que ela não é um bom exemplo para as outras federações.