Por Simon Lewis
CAIRO (Reuters) - Oferecer um caminho para um Estado palestino é a melhor maneira de estabilizar a região e isolar o Irã e seus representantes, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nesta quinta-feira, ao encerrar uma visita à região sobre a guerra de Gaza no Cairo.
Transitando entre Israel e os Estados árabes, Blinken tem pressionado por um caminho para acabar com a violência em Gaza, no momento em que o conflito ameaça se espalhar ainda mais para Líbano, Iraque e rotas marítimas do Mar Vermelho.
Em declaração aos repórteres depois de se reunir com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, Blinken disse que a região enfrenta dois caminhos, o primeiro dos quais veria "Israel integrado, com garantias de segurança e compromissos dos países da região e também dos Estados Unidos, e um Estado palestino - pelo menos um caminho para chegar a esse Estado".
"O outro caminho é continuar a ver o terrorismo, o niilismo, a destruição pelo Hamas, pelos houthis, pelo Hezbollah, todos apoiados pelo Irã", afirmou ele.
"Se você seguir o primeiro caminho... essa é a melhor maneira de isolar, marginalizar o Irã e os representantes que estão causando tantos problemas - para nós e para praticamente todos na região."
A visita de Blinken ocorreu um dia depois que o Egito e a Jordânia advertiram que a campanha militar de Israel, que matou mais de 23.000 palestinos de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, não pode deslocar os 2,3 milhões de pessoas da faixa ou terminar em uma ocupação israelense.
Israel e seus apoiadores norte-americanos têm insistido que esse não é o plano de Israel, mas o Egito tem se alarmado à medida que mais habitantes de Gaza são levados para a fronteira com o enclave.
O Egito, juntamente com o Catar, tem tentado mediar entre o Hamas e Israel para intermediar um cessar-fogo e garantir a libertação dos reféns israelenses, além de pressionar para que mais ajuda seja entregue ao sul de Gaza.
Blinken foi informado sobre esses esforços durante sua reunião com Sisi e o chefe da inteligência egípcia, Abbas Kamel, de acordo com uma declaração do gabinete de Sisi. Ambos os lados declararam sua rejeição a qualquer deslocamento de palestinos de suas terras, segundo o comunicado.