LONDRES (Reuters) - Um homem britânico que, segundo a mídia, foi preso por suspeita de espionagem para a China enquanto trabalhava como pesquisador parlamentar disse por meio de seus advogados nesta segunda-feira que é "completamente inocente" e que só havia tentado educar outras pessoas sobre a China.
O vice-primeiro-ministro Oliver Dowden e o presidente da câmara devem abordar o caso, depois que vários parlamentares pediram não apenas uma explicação, mas também procedimentos de verificação mais rígidos para aqueles que trabalham na Câmara dos Comuns.
A Polícia Metropolitana de Londres informou que dois homens foram presos em março sob a Lei de Segredos Oficiais e foram liberados sob fiança policial até o início de outubro.
O Sunday Times informou que um dos detidos era um pesquisador do parlamento britânico. Seu jornal irmão, The Times, identificou-o e retratou-o em sua primeira página na segunda-feira.
Sua suposta espionagem no Parlamento foi levantada pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, em uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, na cúpula do G20 na Índia no domingo.
"Sinto-me forçado a responder às acusações da mídia de que sou um 'espião chinês'. É errado que eu seja obrigado a fazer qualquer tipo de comentário público sobre as notícias equivocadas que ocorreram", disse o homem em um comunicado de seus advogados.
"Entretanto, considerando o que foi relatado, é vital que se saiba que sou completamente inocente. Passei minha carreira até hoje tentando educar outras pessoas sobre o desafio e as ameaças apresentadas pelo Partido Comunista Chinês."
A nota dos advogados não revelou a identidade do homem. A polícia britânica normalmente não identifica os suspeitos que foram presos até que sejam acusados, para proteger aqueles que podem ser liberados sem acusações.
A alegação de espionagem é o mais recente revés nas relações com Pequim, que têm sido prejudicadas por tensões sobre segurança, investimentos e direitos humanos. O ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, visitou Pequim no mês passado para dar os primeiros passos no sentido de reparar as relações.
(Reportagem de Elizabeth Piper, Alistair Smout, Kylie MacLellan, Sachin Ravikumar)