SOFIA/HASKOVO (Reuters) - A Bulgária vai extraditar um francês que foi parceiro de negócios dos dois irmãos que mataram a tiros 12 pessoas na redação do jornal satírico Charlie Hebdo em Paris, anunciou um tribunal nesta terça-feira.
Fritz-Joly Joachin reconheceu suas conexões com os irmãos e disse que até jogou futebol com eles, mas nega fazer parte de um grupo militante islâmico. Ele está pronto para ser extraditado à França para provar sua inocência, disse seu advogado.
Joachin, um muçulmano convertido de 29 anos de origem haitiana, foi preso pela polícia búlgara em 1º de janeiro, antes do ataque em Paris, num posto de fronteira quando tentava entrar na Turquia.
Ele foi inicialmente detido por causa de um mandado de prisão europeu, que alegou que ele tinha sequestrado seu filho de 3 anos e que provavelmente levaria a criança à Síria, o que ele nega.
Um segundo mandado de detenção europeu alegou posteriormente que Joachin havia participado de um grupo criminoso que planejava atos de terrorismo, pelo o que poderia pegar 10 anos de prisão.
O mandado também diz que Joachin, um trabalhador da construção civil sem condenações criminais anteriores, estava viajando com um homem supostamente integrante de uma rede islâmica em Paris. A irmã de um homem preso por fazer parte de uma rede que enviou combatentes para a Síria também estava com eles, segundo o documento.
Uma promotora em Haskovo, no sul do país, disse a jornalistas após uma breve audiência no tribunal que Joachin será extraditado dentro de 10 dias, mas que poderia ser antes. "Ele pode ser até mesmo extraditado amanhã", disse Darina Slavova.
Dezessete pessoas foram mortas em Paris em três dias de violência que começou com o ataque à redação do jornal semanal satírico Charlie Hebdo em 7 de janeiro pelos irmãos Cherif e Said Kouachi. Eles foram mortos a tiros por forças de segurança francesas depois que se refugiaram numa gráfica nos arredores de Paris.
"Ele não nega que teve contato com os irmãos Kouachi", disse o advogado búlgaro de Joachin, Radi Radev. "Ele disse que entrou em contato com um dos irmãos em julho."
"Mas ele diz que não tinha ideia de que estavam envolvidos nisso. De acordo com ele, eles eram parceiros de negócios e jogaram futebol juntos."
(Reportagem de Angel Krasimirov e Stoyan Nenov)
((Tradução Redação São Paulo; +5511 5644-7731)) REUTERS BM ES