OTTAWA (Reuters) - A Câmara dos Comuns do Canadá elegeu nesta terça-feira Greg Fergus como seu novo presidente, tornando o parlamentar do Partido Liberal o primeiro canadense negro a ocupar o cargo, depois que o presidente anterior renunciou por ter convidado um ex-soldado nazista para o Parlamento.
Os membros da Câmara de 338 membros elegeram Fergus em votação secreta. Fergus ficou à frente de outros candidatos, incluindo o colega liberal Sean Casey, o conservador Chris d'Entremont e a líder do Partido Verde, Elizabeth May.
“Hoje você é o primeiro negro canadense a se tornar presidente da Câmara”, disse o primeiro-ministro Justin Trudeau. “Deve ser inspirador para todos os canadenses, especialmente para as gerações mais jovens que desejam se envolver na política.”
O presidente da Câmara tem o objetivo de ser um árbitro imparcial do procedimento parlamentar, buscando manter a ordem e o decoro durante os debates. O presidente vota apenas para desempatar e desempenha um papel cerimonial como representante institucional do Parlamento.
O ex-presidente Anthony Rota, membro do governistas partido Liberal, renunciou na semana passada. Ele assumiu total responsabilidade por convidar Yaroslav Hunka, de 98 anos, um ucraniano nascido na Polônia que serviu em uma das unidades Waffen SS de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, para a Câmara durante a visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em 22 de setembro.
Sem conhecer todos os antecedentes de Hunka, Rota reconheceu-o publicamente como um soldado veterano da Ucrânia e um herói que emigrou para o Canadá, o que levou Trudeau a pedir desculpas formalmente pela gafe.
(Reportagem de Steve Scherer e Ismail Shakil em Ottawa)