Por Patpicha Tanakasempipat
MAE SAI, Tailândia (Reuters) - A felicidade é um bolo de aniversário, uma refeição de arroz com carne de porco, uma cama aconchegante e uma viagem para comprar um celular novo.
Essas foram algumas das alegrias desfrutadas por Duangpetch Promthep, capitão do time de futebol de meninos tailandeses resgatado de uma caverna inundada na semana passada, durante suas primeiras horas em casa.
"Minha cama estava aconchegante", disse Dom, como é conhecido, à Reuters.
Os 12 meninos, cujas idades variam entre 11 e 16 anos, e seu técnico, de 25 anos, do time "Javalis Selvagens", voltaram para casa na quarta-feira, depois de receberem alta de um hospital e aparecerem na televisão nacional para descreverem sua provação dentro da caverna de Tham Luang.
"Quando cheguei em casa havia muitas pessoas esperando por mim. Fiquei muito surpreso", disse Dom, que foi recebido por familiares vindos até da China.
Sua primeira refeição foi arroz com jarrete de porco, um prato de que sentiu saudade na caverna onde os meninos ficaram sem comida durante dias e só sobreviveram com a água que pingava do teto da caverna.
Dom também comemorou com atraso seu 13º aniversário do dia 3 de julho, um dia depois de os garotos terem sido encontrados por dois mergulhadores britânicos a cerca de 4 quilômetros de profundidade na caverna.
As autoridades pediram que os meninos sejam deixados à vontade para se recuperar em casa, longe da curiosidade pública, para poderem retomar suas vidas normais.
Dom, que mora com sua tia, seu tio e sua avó, escreveu no Facebook que teve que criar uma nova conta por causa do grande aumento de pedidos de amizade. Ele também comprou um novo celular para substituir o que perdeu na caverna.
Voltar ao normal significa lições de casa nos finais de semana e treinos de futebol depois da escola, disse Thanaporn Promthep, a tia de 41 anos de Dom, que ele chama de mãe.
"Ele é um bom aluno, muito responsável", garantiu ela, acrescentando que isso significa nada de namorada durante mais dois anos.
Os garotos embarcam em um curso neste mês para se tornarem aprendizes de monges budistas em homenagem a Samarn Kunan, mergulhador voluntário e ex-membro da unidade SEAL da Marinha tailandesa que morreu durante a missão que os resgatou.
"É uma coisa muito importante a fazer", disse Dom.
(Reportagem adicional de Jiraporn Kuhakan, em Mae Sai, e Panarat Thepgumpanat, em Bangcoc)