Por Letitia Stein e Colleen Jenkins
(Reuters) - Para o cartunista que ganhou um concurso no Estado norte-americano do Texas com uma imagem de Maomé, a morte pela polícia de dois homens armados diante do local da exposição foi uma questão de justiça.
"Eles vieram para nos matar e morreram por isso. Justiça", tuitou o artista Bosch Fawstin na segunda-feira.
A charge de Fawstin mostra o profeta com um turbante, armado de espada e gritando: "Você não pode me desenhar". Em resposta, uma mão segurando um lápis aparece desenhando Maomé, tendo ao lado a inscrição: "É por isso que eu desenho você."
A Iniciativa Americana em Defesa da Liberdade, entidade patrocinadora do evento de domingo, concedeu a Fawstin, um nova-iorquino e ex-muçulmano, 12.500 dólares em prêmios e o apresentou à multidão como um homem corajoso e justo.
Contatado por telefone na segunda-feira, Fawstin disse que o incidente de domingo o fez temer por sua segurança, mas que iria continuar com o seu trabalho. "Certamente isso é preocupante. Você faz o seu trabalho e pessoas lá fora querem te matar por isso", disse. "Entendo a ameaça, mas eu não vou ser intimidado por isso. Ainda pretendo ir lá e ainda pretendo falar abertamente."
Para a maioria dos muçulmanos, desenhos de Maomé são ofensivos. No evento no Texas, Fawstin expressou outro ponto de vista. Ele disse que se trata de liberdade de expressão.
(Reportagem adicional de Curtis Skinner)