Por Jean-François Rosnoblet
AIX-EN-PROVENCE, França (Reuters) - Um eletricista francês idoso e sua esposa foram condenados nesta sexta-feira por obterem ilicitamente centenas de obras de Picasso que mantiveram na garagem de sua casa durante quase 40 anos.
Uma corte de apelações de Aix-en-Provence, cidade do sul da França, emitiu uma sentença de dois anos para Pierre Le Guennec, que realizou trabalhos elétricos na casa da última esposa de Pablo Picasso no início dos anos 1970, e sua mulher, Danielle.
Os dois ainda foram obrigados a entregar as obras para os herdeiros de Picasso e pagar despesas legais e outras relacionadas ao caso.
O tribunal também manteve um veredicto anterior que encerrou seis anos de batalhas legais iniciadas quando os Le Guennec levaram as 180 pinturas e outros trabalhos, além de um livro com 91 desenhos, para autenticá-las em 2009-10, revelando sua existência.
As obras de arte, mantidas em uma caixa guardada na garagem de Le Guennec, têm um valor combinado estimado entre 60 e 100 milhões de euros, de acordo com procuradores.
Durante o julgamento, Pierre Le Guennec, hoje com 77 anos, argumentou que recebeu as obras de Jacqueline Picasso após a morte de seu marido em 1973 aos 91 anos, o que desencadeou uma disputa sucessória entre ela e seu genro, Claude.
O advogado de Claude Picasso, Jean-Jacques Neuer, comemorou a decisão desta sexta-feira e disse a repórteres que as obras estão em estado perfeito, mesmo depois de ficarem armazenadas por quase quatro décadas.
O espanhol Picasso passou a maior parte da vida na França.