Por Nikolett Csanyi
ZAHONY, Hungria (Reuters) - O engenheiro de software russo Mikhail Liublin e sua namorada ucraniana viajaram de trem e ônibus por cinco dias para chegar à Hungria após saírem de Kiev, ouvindo bombas explodindo no caminho e às vezes pensando que não conseguiriam.
Enquanto esperavam na fila de passagens para pegar um trem para Budapeste a partir da fronteira de Zahony, o jovem casal se beijou alegremente.
"Ao contrário de todas as outras pessoas aqui, sou da Rússia. Morei na Ucrânia por cerca de um ano", disse Liublin.
"É uma loucura. E a Rússia vai pagar por isso, por muitos, muitos anos, e Putin deve ser julgado", acrescentou, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin.
Putin ordenou uma "operação militar especial" na quinta-feira passada em uma tentativa de desarmar a Ucrânia, capturar os "neonazistas" que ele diz governarem o país e esmagar suas esperanças de laços mais estreitos com o Ocidente.
Vários dias após a invasão que provocou enormes sanções internacionais, os militares russos tentavam cercar e controlar cidades ucranianas com bombardeios intensificados nesta quarta-feira.
Liublin disse que ele e sua namorada --se recusando a dar o nome dela-- acharam quase inacreditável que finalmente tivessem terminado a longa jornada para a Hungria, já que quase todos os dias havia bombardeios ou tiroteios.
"Vai ser muito difícil agora, mas espero que dê certo e vou cruzar os dedos para que a Ucrânia se mantenha firme, e a bondade e a verdade vençam", afirmou o jovem com um enorme sorriso.
Pouco depois, o casal embarcou no trem para a capital húngara.