Por Sonya Dowsett
BARCELONA (Reuters) - A Catalunha vai realizar um referendo sobre sua separação da Espanha no dia 1º de outubro, informou o líder da região nesta sexta-feira, preparando o palco para meses de confronto com o governo central espanhol que argumenta que uma votação deste tipo é ilegal e não deve acontecer.
Desafios separatistas anteriores da Catalunha --uma região rica e populosa cuja capital é Barcelona e que tem seu próprio idioma-- foram bloqueados pelo governo conservador da Espanha e pela Corte Constitucional.
"A pergunta será: Você quer que a Catalunha se torne um Estado independente na forma de uma República?", disse Carles Puigdemont, presidente do governo da Catalunha.
Puigdemont disse que tentativas de acordar uma data e o texto da pergunta com o governo de Madri --que é veementemente oposto a permitir a separação da Catalunha da Espanha-- fracassaram e o forçaram a agir de forma unilateral.
"Nós temos sempre feito ofertas bem diversas e todas elas têm sido rejeitadas sem nenhuma exceção", disse.
Sob o Artigo 155 da Constituição da Espanha, Madri tem o poder de intervir diretamente no mandato do governo regional da Catalunha, o forçando a abandonar a votação.
Isso pode envolver enviar a polícia para a região ou suspender a autoridade do governo regional.
A ação é vista amplamente como uma última opção, e muitos analistas acreditam que em vez disso o confronto vai resultar em eleições regionais na Catalunha.
(Reportagem adicional de Raquel Castillo em Madri)