Por Rodrigo Viga Gaier
PETRÓPOLIS (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, após um sobrevoo na cidade de Petrópolis, que o cenário é de guerra e devastação no município da Região Serrana do Rio de Janeiro atingido por um temporal nesta semana, e alertou que os futuros Orçamentos da União devem tratar de medidas preventivas para se evitar novas tragédias.
Ações emergenciais foram tomadas pelo governo federal para ajudar a cidade e os moradores afetados pelo temporal, que deixou ao menos 123 mortos. Inicialmente foram liberados 2 milhões de reais, e o governo prepara uma medida provisória para a próxima semana no valor de 500 milhões para Petrópolis e outras cidades do país atingidas por chuvas desde o fim do ano passado.
“Vi uma intensa destruição e uma imagem quase de guerra“, disse o presidente em entrevista dentro de um quartel do Exército em Petrópolis após o sobrevoo, acompanhando de vários ministros e autoridades locais. Ele seguiu para Petrópolis diretamente após ter desembarcado no país de viagem à Rússia e à Hungria.
O temporal que atingiu Petrópolis na tarde de terça provocou alagamentos, deslizamento de terras e deixou um rastro de devastação, com casas destruídas e ruas cobertas de lama depois das águas baixarem.
Desde a tarde de quinta-feira voltou a chover na cidade, com risco de novos deslizamentos nas áreas mais atingidas. Trabalhos de buscas por pessoas desaparecidas que teriam sido soterradas pela lama permanecem incessantemente.
Os bombeiros atuam com 500 homens e agora contam com apoio de 800 militares das Forças Armadas, além de engenheiros especialistas em desabamentos e contenção de encostas.
“Fazemos um apelo para que as pessoas deixem locais de risco e encostas“, disse o secretário de Estado da Defesa Civil, Leandro Monteiro.
As equipes da Defesa Civil contabilizam 553 ocorrências desde o temporal, sendo 436 deslocamentos e deslizamentos de terra. Até o momento, 849 pessoas desalojadas ou desabrigadas foram acolhidas nos 19 pontos de apoio da cidade.
"Na emergência o tratamento é diferente e não podemos precaver tudo... medidas preventivas são com o Orçamento da União“, disse Bolsonaro ao ser questionado sobre medidas para evitar novas tragédias climáticas.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, lembrou que no ano passado a preocupação no país era com a escassez de chuva e implicações no fornecimento de energia.
“Temos que trabalhar o Orçamento conforme nos é apresentado, e temos que nos preparar para os próximos Orçamentos”, disse ele, em recado aos parlamentares.