Dólar sobe no Brasil com mercado à espera de Galípolo em dia de feriado nos EUA
Por Tyrone Siu e Joyce Zhou e Jessie Pang
HONG KONG (Reuters) - Os bombeiros de Hong Kong mantinham sob controle na quinta-feira um enorme incêndio em um complexo de apartamentos que matou pelo menos 65 pessoas e deixou quase 300 desaparecidos, enquanto a polícia disse que a causa pode ter sido uma empresa de construção "extremamente negligente" que usou materiais inseguros.
Equipes de resgate enfrentaram o calor intenso e a fumaça espessa por mais de um dia após o início do incêndio, conforme tentavam alcançar moradores que poderiam estar presos nos andares superiores do complexo habitacional Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po.
A Autoridade Hospitalar de Hong Kong confirmou, na noite de quinta-feira (horário local), um balanço atualizado de 65 mortos e 70 feridos.
Em resposta ao incêndio mais mortal de Hong Kong em 77 anos, seu líder John Lee disse que o governo criaria um fundo de HK$300 milhões (US$38,6 milhões) para ajudar os residentes.
O departamento de desenvolvimento da cidade também discutiu a substituição gradual dos andaimes de bambu em todo o centro financeiro asiático por andaimes de metal como medida de segurança.
Os oito blocos do complexo têm 2.000 apartamentos que abrigam mais de 4.600 pessoas no centro financeiro que sofre para superar a escassez crônica de moradias a preços acessíveis.
Uma mulher nervosa, carregando a foto da formatura de sua filha, procurava por ela do lado de fora de um abrigo, um dos oito que, segundo as autoridades, abrigam 900 moradores.
"Ela e seu pai ainda não saíram", afirmou a mulher de 52 anos, que deu apenas o sobrenome, Ng. "Eles não tinham água para salvar nosso prédio."
POLÍCIA INVESTIGA CAUSA DO INCÊNDIO
Nesta quinta-feira, policiais revistaram a empresa de manutenção de edifícios responsável pelo conjunto habitacional, apreendendo documentos que a mencionavam, informou a mídia.
O governo identificou a empreiteira registrada para o complexo como Prestige Construction and Engineering Company Limited. A Prestige não respondeu às repetidas ligações para comentar o assunto.
A polícia apreendeu documentos de licitação, uma lista de funcionários, 14 computadores e três telefones celulares durante a batida de quinta-feira no escritório da Prestige, acrescentou o governo.
"Temos motivos para acreditar que os responsáveis pela empresa foram extremamente negligentes, o que levou a esse acidente e fez com que o fogo se espalhasse de forma incontrolável, resultando em grandes vítimas", disse a superintendente da polícia Eileen Chung.
O presidente da China, Xi Jinping, pediu um "esforço total" para extinguir o incêndio e minimizar as perdas e as vítimas, informou a emissora estatal CCTV.
O incêndio representa um teste desafiador para o controle de Pequim sobre a cidade que mudou desde os protestos em massa pró-democracia de 2019.
