NOVA YORK (Reuters) - O dia internacional da luta contra as mudanças climáticas levou centenas de milhares de pessoas às ruas de Nova York neste domingo, superando as expectativas dos organizadores no maior protesto já ocorrido sobre o tema.
Organizadores estimaram que cerca de 310 mil pessoas, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o ex-presidente Al Gore, o ator Leonardo DiCaprio e autoridades norte-americanas e estrangeiras se uniram à marcha, antes da cúpula da ONU na terça-feira na cidade para discutir a redução das emissões de carbono que ameaçam o meio ambiente.
O protesto de Nova York, o maior já realizado sobre o tema das mudanças climáticas, seguiu eventos semelhantes em 166 países incluindo Reino Unido, França, Afeganistão e Bulgária.
"Os números da marcha estão ultrapassando nossas expectativas mais otimistas", disse Ricken Patel, diretor-executivo do grupo de ativismo Avaaz, que organizou o protesto. "Em 2,5 mil marchas de Paris a Bogotá, ultrapassamos as expectativas. A mudança climática não é uma questão verde mais, é uma questão de todos."
A multidão incluiu os senadores norte-americanos Bernard Sanders, independente de Vermont, e o democrata Sheldon Whitehouse de Rhode Island, que marcharam pelo Central Park, até a Times Square, onde pararam por um minuto de silêncio às 12h58 locais (13h58 de Brasília).
Ban ki-moon, que usava uma camiseta onde se lia "apóio ação pelo clima" marchou de braços dados com a primatologista britânica Jane Goodall e a ministra do Meio Ambiente francesa, Segolene Royal.
"Este é o planeta no qual as gerações subsequentes vão viver", disse Ban a jornalistas. "Não há 'plano B', porque não temos um 'planeta B'."
O protesto contou com batucadas e cantos que ecoaram pelos edifícios, remetendo à manifestação pelo clima de Copenhagem em 2009, que terminou com 2 mil pessoas presas.
O porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York disse que não houve prisões até as 15h00 locais (16h00 de Brasília) e não deu estimativas sobre o tamanho da multidão.
Organizadores disseram que outras 270 mil pessoas participaram de eventos relacionados nos arredores de Nova York.
(Por Barbara Goldberg e Natasja Sheriff)
((Tradução Redação Rio de Janeiro, 55 21 2223 7155))
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