Por Andreas Rinke
XANGAI (Reuters) - O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em visita à China nesta segunda-feira, defendeu mercados abertos e justos, alertando seus anfitriões contra o "dumping" e a superprodução, ao mesmo tempo em que pediu que a União Europeia não aja por interesse próprio protecionista.
A viagem de Scholz à China, na qual ele está acompanhado de vários executivos alemães importantes, bem como de três ministros, está sendo observada em busca de sinais de como a Europa calibrará sua resposta ao que acredita ser o dumping de produtos chineses em seu mercado.
A visita de três dias é a primeira de Scholz à China desde que seu governo lançou uma estratégia de "redução de riscos" no ano passado, para evitar que a Alemanha se prenda demais à segunda maior economia do mundo.
A viagem tem sido ofuscada pelo fato de o Irã ter lançado uma barragem de drones e mísseis contra Israel no fim de semana, em um ataque que fomentou os temores de um conflito regional mais amplo.
Scholz alertou o Irã para não lançar mais ataques, mas também se juntou a outros líderes ocidentais para pedir a Israel que ajude a esfriar as tensões.
Espera-se que a China pressione Berlim a não apoiar as medidas da UE contra carros chineses e equipamentos de parques solares e eólicos.
"Em algum momento, também haverá carros chineses na Alemanha e na Europa. A única coisa que deve estar sempre clara é que a concorrência deve ser justa", disse Scholz a estudantes da Universidade de Tongji, em Xangai.
"Em outras palavras, que não haja dumping, que não haja excesso de produção, que os direitos autorais não sejam violados", disse Scholz, acrescentando que é importante permitir que as empresas estabeleçam instalações de produção localmente sem obstáculos burocráticos.
No entanto, quando perguntado mais tarde sobre os apelos da presidente da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, para que o bloco se proteja do excesso de capacidade chinesa, Scholz expressou reservas.
Ele levantará a questão da concorrência justa em uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, na terça-feira.
"Mas isso deve ser feito a partir de uma posição de competitividade autoconfiante e não por motivos protecionistas", disse Scholz, comparando as preocupações com os carros chineses a ansiedades anteriores, em sua opinião infundadas, com os carros japoneses e sul-coreanos.