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Por Natascha Koch
BERLIM (Reuters) - Um membro sênior do partido do chanceler alemão Friedrich Merz juntou-se às crescentes críticas a ele nesta terça-feira por comentários sobre migração, que os oponentes descreveram como perigosos.
Merz chegou ao poder com a promessa de superar o desafio do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), abordando as preocupações de seus eleitores. No entanto, ele está sendo criticado por uma resposta na semana passada à pergunta de um repórter sobre as políticas anti-migração da AfD.
O chanceler disse que seu governo estava trabalhando para corrigir as falhas de governos anteriores, mas que ainda havia um problema "em nossas paisagens urbanas" -- uma observação amplamente vista como uma ligação entre a mudança na composição étnica das cidades alemãs e o crime.
CRÍTICAS DO PRÓPRIO PARTIDO
"Friedrich Merz não está mais gritando piadas nas laterais do campo", disse Dennis Radtke, um membro sênior da conservadora União Democrata Cristã (CDU) de Merz.
"Como chanceler, ele tem uma responsabilidade particular pela coesão social, debatendo a cultura e criando narrativas futuras positivas", disse Radtke, que é membro do Parlamento Europeu e chefe da bancada de assuntos sociais dos conservadores.
Questionado por um repórter na segunda-feira sobre o que exatamente ele quis dizer com seus comentários da semana passada, Merz reforçou: "Pergunte às suas filhas, se você as tiver."
Políticos da oposição aproveitaram a observação sobre "filhas", interpretando-a como se Merz estivesse se baseando em um clichê adorado pela extrema direita, que retrata os migrantes como um perigo particular para as mulheres brancas nascidas na Alemanha.
"Ou ele é vaidoso demais para se desculpar ou ele fala sério", disse a líder dos Verdes, Katharina Droege.
Merz também enfrentou críticas dos sociais-democratas, um parceiro de coalizão cujo secretário-geral, Tim Klüssendorf, o acusou de semear "divisão" e "destruir a confiança".
"Espero mais de um chefe de governo", disse Klüssendorf.
O DILEMA DE MERZ
As críticas destacam um dilema para Merz, enquanto ele tenta superar o crescente desafio imposto pela AfD desde que se tornou líder da CDU em 2022 e chanceler neste ano.
Na CDU e na política alemã de forma mais ampla, há um debate sobre se a melhor maneira de combater a extrema direita é reconquistando seus eleitores ou repudiando a política da AfD, de colocar os interesses dos cidadãos alemães nascidos ou estabelecidos há muito tempo contra os dos imigrantes.
O governo de Merz destacou sua linha mais dura em relação à migração, na esperança de se distanciar da decisão tomada em 2015 pela aliada do partido e ex-chanceler Angela Merkel, de não impedir a entrada de refugiados sírios na Alemanha.
Quando assumiu a liderança dos conservadores, há três anos, Merz prometeu derrotar a AfD. Em vez disso, o partido está registrando seus melhores resultados nas pesquisas de opinião e agora é a segunda maior sigla no parlamento.
(Reportagem de Natascha Koch)
