Por Ben Blanchard e Gustavo Palencia
TAIPÉ/TEGUCIGALPA (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores de Honduras está viajando à China para "promover" o estabelecimento de relações diplomáticas, disse uma autoridade, sinalizando que o fim das relações de décadas do país com Taiwan deve estar próximo.
O que está em jogo é a presença crescente da China na América Central, que já foi uma fonte de apoio firme para Taiwan e onde os Estados Unidos estão preocupados com a expansão da influência de Pequim em seu quintal.
A presidente hondurenha, Xiomara Castro, afirmou no Twitter na semana passada que seu governo buscaria abrir relações com a China.
"O ministro das Relações Exteriores, Eduardo Enrique Reina, por instruções da presidente Xiomara Castro, viajou à China na quarta-feira para promover esforços para o estabelecimento de relações diplomáticas", disse o secretário de imprensa da presidência, Ivis Alvarado.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse que Pequim acolheu com satisfação a atitude positiva do governo hondurenho em relação à construção de relações e está disposta a desenvolvê-las "com base na igualdade e no respeito mútuo".
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan afirmou ter convocado o embaixador de Honduras para expressar sua "forte insatisfação" com a viagem que "prejudicou seriamente os sentimentos de nosso governo e povo".
Uma fonte com conhecimento direto da situação disse à Reuters que Reina e sua delegação partiram do Panamá para Pequim, acompanhados por autoridades chinesas. A fonte se recusou a ser identificada devido à sensibilidade da situação.
(Reportagem de Ben Blanchard e Gustavo Palencia; Reportagem adicional de Yimou Lee em Taipé e Laurie Chen em Pequim)