WASHINGTON (Reuters) - O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse nesta quarta-feira em entrevista a uma TV norte-americana acreditar que um acordo nuclear com potências ocidentais está "muito próximo", embora tenha alertado que muitos detalhes ainda precisam ser trabalhados.
"Estamos preparados para trabalhar dia e noite de modo a alcançar um acordo", disse Zarif à rede de notícias NBC em trecho da entrevista divulgado pela TV.
"Acreditamos estar muito próximos, muito próximos, e podemos estar muito distantes", disse ele. "Há detalhes que precisam ser trabalhados."
"Estamos muito próximos se a decisão política puder ser feita para se chegar a um sim, como dito pelo presidente Obama", acrescentou.
Zarif e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reuniram-se para um segundo dia de negociações na Suíça a respeito de restrições ao programa nuclear iraniano, com o objetivo de garantir a assinatura da estrutura de um acordo até o fim de março.
Os EUA e alguns de seus aliados, sobretudo Israel, suspeitam que o Irã esteja usando seu programa nuclear civil como um disfarce para desenvolver a capacidade de produção de armas nucleares.
Zarif reiterou na entrevista à NBC que Teerã não possui a intenção de fabricar armas nucleares.
"Uma vez que tenhamos atingido um entendimento, uma vez que essa histeria esteja fora, uma vez que essa promoção do medo esteja fora, aí então podemos ter um acordo, e um acordo que não vai prejudicar ninguém", disse ele.
O novo embaixador do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), Gholamali Khoshrou, escreveu num artigo de opinião publicado no site do jornal The New York Times nesta quarta-feira que o líder israelense, Benjamin Netanyahu, parecia temer o sucesso das negociações nucleares entre Teerã, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China.
"O senhor Netanyahu parece estar num estado de pânico com a perspectiva de perder esta ferramenta para atacar o Irã, conforme fazemos todo o possível para esclarecer as preocupações genuínas da comunidade internacional e chegar a um acordo sobre o programa de energia nuclear do nosso país", escreveu Khoshrou.
(Reportagem de Peter Cooney)