Por Dave Graham
LOS MOCHIS, México (Reuters) - O México prendeu novamente o traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán após um tiroteio e perseguição durante a madrugada da sexta-feira e o levou de volta à mesma prisão de onde escapou há seis meses.
O chefe do Cartel de Sinaloa foi preso em um carro, vestindo um colete imundo após fugir por túneis e galerias subterrâneas de uma casa na cidade de Los Mochis, no noroeste da nação.
"Missão cumprida: nós o temos", anunciou o presidente Enrique Peña Nieto pelo Twitter. "Quero informar a todos os mexicanos que Joaquín Guzmán Loera foi preso."
Para o presidente, a captura do traficante, que já escapou duas vezes das prisões mexicanas, é uma vitória bem-vinda em um momento no qual o seu governo está manchado pela corrupção, escândalos de violação de direitos humanos e a própria fuga de El Chapo da prisão de segurança máxima de Altiplano, em julho.
A detenção também alivia a relação entre México e Estados Unidos, que ficaram tensas pelas aparentes facilidades que El Chapo recebeu para escapar da prisão no exato momento em que os EUA solicitaram sua extradição.
Guzmán agora pode ser extraditado e ser julgado em solo norte-americano. Esse processo pode durar meses, embora o pré-candidato republicano à Presidência dos EUA Marco Rubio tenha pedido para Washington solicitar a ida de El Chapo imediatamente.
El Chapo, que já figurou na lista da Forbes como bilionário, traficou bilhões de dólares de cocaína, heroína, maconha e metanfetamina para os EUA, além de ter se envolvido em sangrentas guerras internas pelo controle do tráfico.
Ele foi preso no começo da sexta-feira depois que fuzileiros navais mexicanos invadiram seu esconderijo, matando cinco e prendendo seis dos guarda-costas de El Chapo. Eles perseguiram o chefão pelas galerias da cidade e o prenderam após uma perseguição de carro nos subúrbios, disse a procuradora-geral, Arely Gomez.
Guzmán fugiu da prisão pela primeira vez em 2001, pagando propina para policiais, e passou a dominar o cenário do tráfico no México.
Ele foi recapturado pelo governo Peña Nieto em 2014, mas escapou novamente em julho, ajudado pela expertise do cartel em cavar túneis, como os feitos na fronteira com os EUA. Um túnel de 1,6 km de extensão, equipado com luzes, trilhos e uma motocicleta chegava diretamente ao banheiro de sua cela.
A fuga foi um grande constrangimento para Peña Nieto, que resistiu a um pedido dos EUA para extraditar Guzmán e havia dito que uma eventual fuga seria "imperdoável".