RIAD (Reuters) - O líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, convocou em uma gravação de voz, na terça-feira, mais ataques contra a Arábia Saudita e seus aliados ocidentais, em retaliação pela execução de 43 membros condenados da organização, disse o grupo de monitoramento SITE, sediado nos Estados Unidos, nesta quinta-feira.
O grupo militante islâmico sunita afirmou, na segunda-feira, que a Arábia Saudita iria pagar pelas execuções, nas quais também foram mortos quatro muçulmanos xiitas, incluindo um proeminente clérigo, cujas mortes provocaram tensões regionais.
O comunicado emitido por Ayman al-Zawahri, que possui a aliança de todas as ramificações da Al Qaeda na região, exortou os sauditas a deporem o regime da dinastia Al Saud, e aos seguidores do movimento em outros lugares a prejudicarem o reino atacando seus aliados ocidentais.
"É o momento de vocês se livrarem desse regime podre que corrompeu sua religião e sua vida terrena?", questionou ele aos sauditas. "A melhor vingança para seus irmãos é através do ataque à aliança da Cruzada Sionista", acrescentou ele, direcionando-se aos militantes em outras partes do mundo.
Os 43 militantes executados pela Arábia Saudita foram culpados de participar de ataques realizados pela Al Qaeda no reino entre 2003 e 2006, nos quais centenas de sauditas e estrangeiros morreram.
Analistas sauditas disseram que a execução do clérigo Nimr al-Nimr e de três outros xiitas junto com os membros da Al Qaeda, após terem sido condenados por atirarem em policiais, foi uma mensagem para a maioria sunita de que Riad vai punir os ataques de ambas as seitas.
Zawahri disse que a execução de Nimr fez parte de um complô de Riad para angariar apoio dos sunitas no Oriente Médio contra o Irã.
"O assassinato dele é uma das manifestações da competição entre iranianos e sauditas pelo poder na região, mas sob o objetivo maior de proteger e obedecer aos interesses dos Estados Unidos", disse.
(Reportagem de Angus McDowall)