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Chefe da ONU para o clima pede apoio a líderes do G20 em meio a atraso nas negociações financeiras da COP29

Publicado 16.11.2024, 13:16
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Por Kate Abnett e Valerie Volcovici e Simon Jessop

BAKU (Reuters) - O chefe do clima da ONU pediu aos líderes das maiores economias do mundo neste sábado que enviassem um sinal de apoio aos esforços globais de financiamento climático quando estiverem reunidos no Rio de Janeiro na próxima semana, para ajudar a desencadear um acordo nas negociações da COP29.

O apelo, feito em uma carta aos líderes do G20 pelo principal responsável climático da ONU, Simon Stiell, vem em um momento em que os negociadores da conferência do clima COP29 em Baku lutam por um acordo focado em ampliar os recursos destinados a enfrentar o agravamento dos impactos do aquecimento global.

“A reunião da próxima semana deve enviar sinais globais claros”, disse Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, na carta.

Ele disse que os líderes deveriam apoiar um aumento nas subvenções e empréstimos, juntamente com o alívio da dívida, para que os países vulneráveis ​​“não sejam prejudicados pelos custos do serviço da dívida que tornam praticamente impossíveis ações mais ousadas”.

Os líderes empresariais reiteraram o apelo de Stiell dizendo que estavam preocupados com a “falta de progresso e foco em Baku”.

“Apelamos aos governos, liderados pelo G20, para que enfrentem a situação e implementem políticas para uma rápida transição de combustíveis fósseis para um futuro de energia limpa, para que desbloqueiem o investimento essencial e necessário do setor privado”, disse uma coligação de grupos empresariais em uma carta separada.

Entre os grupos estavam a We Mean Business Coalition, o Pacto Global das Nações Unidas e o Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

Ana Toni, autoridade climática brasileira, disse em entrevista coletiva que espera da reunião do G20 "um sinal muito forte sobre o clima", afirmando que isso é vital para as negociações de Baku.

META ANUAL FINANCEIRA

O sucesso da reunião climática da ONU deste ano depende de os países conseguirem chegar a acordo sobre uma nova meta financeira anual para os países mais ricos, os credores de desenvolvimento e o setor privado. Os países em desenvolvimento precisam de pelo menos 1 bilião de dólares por ano até o final da década para enfrentar as alterações climáticas, disseram economistas.

Mas os negociadores fizeram progressos lentos em duas semanas. Um rascunho do acordo, que no início desta semana tinha 33 páginas e incluía dezenas de opções abrangentes, foi reduzido para 25 páginas neste sábado.

O enviado climático da Suécia, Mattias Frumerie, disse à Reuters que as negociações financeiras ainda não resolveram as questões mais difíceis, como por exemplo, qual deveria ser o tamanho da meta ou quais países deveriam pagar.

“As divisões que vimos na reunião ainda existem, o que deixa muito trabalho a ser feito pelos ministros na próxima semana”, disse ele à Reuters.

Samir Bejanov, vice-negociador-chefe da COP29, incentivou as nações a superarem as suas diferenças.

"Nos últimos dias, algumas pessoas duvidaram que conseguiríamos cumprir a promessa coletivamente. É hora dos negociadores começarem a provar que as pessoas estão erradas", disse ele a repórteres.

Os negociadores europeus disseram que grandes nações produtoras de petróleo, incluindo a Arábia Saudita, também estão travando as discussões sobre como levar adiante o acordo da COP28, do ano passado, em termos de conduzir a transição mundial para longe dos combustíveis fósseis.

O governo da Arábia Saudita não respondeu a pedido de comentário.

O progresso nesta questão tem sido terrível até agora, lamentou um negociador europeu à Reuters.

A ministra de Energia da Uganda, Ruth Nankabirwa, disse que a prioridade do seu país era sair da COP29 com um acordo sobre financiamento acessível para projetos de energia limpa.

“Quando você olha em volta e não tem recursos, nos questionamos se algum dia caminharemos na jornada de uma verdadeira transição energética”, disse ela à Reuters.

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