Por John Walcott e Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - O chefe do serviço de inteligência estrangeiro da Rússia, que está sob sanções dos Estados Unidos, se encontrou na semana passada nos arredores de Washington com autoridades da inteligência dos EUA, disseram duas fontes norte-americanas familiares à questão, mesmo com relações entre os EUA e a Rússia estando no ponto mais tenso desde a Guerra Fria por conta de diversas questões.
Sergey Naryshkin, chefe do serviço conhecido pela sigla SVR, se encontrou com o diretor da Inteligência nacional dos EUA, Dan Coats, e outras autoridades, disseram as fontes, mas elas não divulgaram o que foi discutido.
A agência de notícias estatal russa ITAR-Tass, citando uma entrevista do embaixador da Rússia em Washington, Anatoly Antonov, à TV Rossiya-1, também relatou que as autoridades haviam se encontrado e que Naryshkin e suas contrapartes norte-americanas discutiram o “esforço conjunto contra terrorismo”.
Antonov não identificou as autoridades da inteligência dos EUA com quem Naryshkin se encontrou.
A Agência Central da Inteligência (CIA) se negou a comentar. O escritório de Coats não respondeu a pedidos de comentário.
Laços diplomáticos estão desgastados por conta da tomada da Crimeia em 2014 pela Rússia, interferência russa na Ucrânia, intervenção militar russa ao lado do governo na guerra civil síria, disputas por controles de armas e conclusões de agências da inteligência dos EUA de que a Rússia interferiu nas eleições dos EUA em 2016. A Rússia nega envolvimento nas eleições.
A revelação da visita de Naryshkin coincide com uma disputa partidária entre republicanos e democratas em Washington por conta de investigações do procurador especial Robert Mueller e de comitês congressionais sobre possível conluio entre associados da campanha eleitoral de 2016 de Trump e a Rússia.
O presidente Donald Trump nega conluio e chamou as investigações de caças às bruxas.
Os EUA e a Rússia estão cooperando em algumas áreas, incluindo na luta contra grupos militantes islâmicos, disseram autoridades. Por exemplo, há um mês, os EUA forneceram um alerta precoce para a Rússia que permitiu que o país frustrasse uma ação terrorista em São Petersburgo, informou a Casa Branca.