BEIRUTE/WASHINGTON (Reuters) - O porta-voz do Estado Islâmico e chefe de operações externas Abu Muhammad al-Adnani, um dos mais antigos e importantes líderes do grupo jihadista, foi morto na província síria de Aleppo, informou o grupo nesta terça-feira.
Adnani era um dos últimos integrantes vivos do grupo que fundou o Estado Islâmico, também conhecido por sua sigla em árabe Daesh, juntamente com auto-nomeado califa do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi.
Como porta-voz do Estado Islâmico, ele era o membro com mais visibilidade. Como chefe de operações externas, estava no comando de ataques no exterior, incluindo Europa, uma tática cada vez mais importante para o grupo, uma vez que seu território no Iraque e na Síria tem sido corroído por perdas militares.
A agência de notícias Amaq, do Estado Islâmico, informou que Adnani foi morto "enquanto inspecionava as operações para repelir campanhas militares contra Aleppo". O Estado Islâmico detém território na província de Aleppo, mas não na cidade onde rebeldes estão combatendo forças do governo sírio.
A Amaq não disse como Adnani, nascido Taha Subhi Falaha na província síria de Idlib em 1977, foi morto. O Estado Islâmico publicou um elogio datado de 29 de agosto, mas sem dar detalhes.
Os recentes avanços das Forças Democráticas da Síria, apoiadas pelos Estados Unidos, uma aliança de milícias curdas e árabes, e de rebeldes sírios apoiados pela Turquia, fizeram incursões em territórios do Estado Islâmico na província de Aleppo, cortando-lhes as linhas de fronteira com a Turquia e de abastecimento ao longo dela.
Há relatos conflitantes a respeito de onde e como ele morreu.
Um oficial rebelde sírio sênior disse que Adnani foi provavelmente morto na cidade em poder do Estado Islâmico de al-Bab em um ataque aéreo. Citando relatos não confirmados, ele afirmou que Adnani estava na região de Aleppo para levantar o moral, num momento em que o grupo está sob crescente pressão.
(Reportagem de Angus McDowall e Yara Bayoumy)