CARACAS (Reuters) - O poderoso presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Diosdado Cabello, rebateu nesta terça-feira uma reportagem do Wall Street Journal, segundo a qual autoridades dos Estados Unidos estão investigando o político e outros altos funcionários por suposto tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.
"Nunca nos ocorreria envolvimento em algo que possa ferir os jovens", disse ele em discurso na Assembleia Nacional, controlada pelos socialistas.
"Aqueles que me acusam hoje de tráfico de drogas devem apresentar um elemento de prova, apenas um", afirmou ele à assembleia, que gritava "somos todos Diosdado" e que lançou um movimento para apoiá-lo.
Citando mais de 12 pessoas familiarizadas com as investigações, o jornal afirmou que promotores federais em Nova York e Miami e o Órgão para o Combate das Drogas dos Estados Unidos estão reunindo evidências de antigos traficantes de cocaína, desertores militares venezuelanos e pessoas que já foram próximas de autoridades do país sul-americano.
Líderes da oposição venezuelana e funcionários norte-americanos fizeram acusações por anos de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas contra os governos do presidente Nicolás Maduro e seu antecessor, Hugo Chávez.
Nesta terça-feira, os principais líderes da oposição venezuelana pediram que as denúncias sejam investigadas. "São denúncias graves, nas quais se presume que nosso país serve de ponte para o narcotráfico", disse durante um ato público o líder da oposição, Henrique Capriles, que concorreu duas vezes à Presidência.