Por James Pomfret e Yew Lun Tian e Steve Holland
HONG KONG/PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A China irá impor uma nova legislação nacional de segurança sobre Hong Kong após os distúrbios causados pelos protestos pró-democracia no ano passado, anunciou uma autoridade chinesa na quinta-feira, levando a um aviso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Washington reagiria "de maneira muito forte" contra a tentativa de controlar ainda mais a ex-colônia britânica.
O Departamento de Estado dos EUA também avisou a China, dizendo que um auto grau de autonomia e respeito para os direitos humanos seriam a chave para preservar o status de território especial na lei norte-americana, e que ajudou Hong Kong a manter sua posição como centro financeiro mundial.
As ações da China podem levar a novos protestos em Hong Kong, que desfruta de muitas das liberdades não permitidas na China continental, depois das constantes manifestações, algumas violentas, que mergulharam a cidade nas mais profundas turbulências desde que voltou à tutela do governo de Pequim em 1997.
Trump, que aumentou sua retórica anti-China enquanto busca a reeleição em novembro, disse a jornalistas que "ninguém sabe ainda" os detalhes do plano da China. "Se acontecer, vamos abordar essa questão de maneira muito forte", disse o presidente sem elaborar.
Zhang Yesui, porta-voz do Congresso Nacional Popular da China, disse que os detalhes do projeto de lei seriam apresentados na sexta-feira, quando o parlamento promove sua sessão anual.
"À luz das novas circunstâncias e necessidades, o Congresso Nacional Popular está exercitando seu poder constitucional" para estabelecer um novo quadro legal e mecanismo de aplicação de leis para salvaguardar a segurança nacional em Hong Kong, disse em pronunciamento.
(Reportagem adicional de Greg Torode, Clare Jim, Sarah Wu, Jessie Pang, Steve Holland, David Brunnstrom e Humeyra Pamuk)