Por Ben Blanchard e J.R. Wu
PEQUIM/TAIPEI (Reuters) - A China retomou as relações com a Gâmbia, ex-aliada de Taiwan, nesta quinta-feira, pondo fim a uma trégua diplomática extraoficial entre China e Taiwan na esteira da retumbante vitória do candidato de um partido pró-independência na eleição presidencial da ilha.
O pequeno Estado da África Ocidental foi um dos poucos países africanos, ao lado de Burkina Faso, Suazilândia e São Tomé e Príncipe, a reconhecer Taiwan, que a China enxerga como uma província rebelde a ser recuperada à força se for necessário.
Durante anos, China e Taiwan tentaram cooptar seus respectivos aliados, muitas vezes oferecendo pacotes de ajuda generosos diante de líderes de nações em desenvolvimento.
Mas os dois países iniciaram uma trégua diplomática informal depois de assinarem uma série de acordos comerciais e econômicos históricos em 2008, após a eleição de Ma Ying-jeou, simpático a Pequim, como presidente de Taiwan, enquanto os chineses tentavam convencer Taiwan de suas boas intenções depois de décadas de hostilidade e suspeita.
Embora Gâmbia tenha rompido relações com Taiwan em novembro de 2013, causando revolta em Taipei, a China vinha adiando uma reaproximação formal até agora.
"Daqui em diante, as relações entre China e Gâmbia viram uma página", disse o chanceler chinês, Wang Yi, a seu homólogo gambiano, Neneh Macdouall-Gaye, informou o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.