PEQUIM (Reuters) - A China manteve sua posição nesta sexta-feira de se recusar a chamar a ação da Rússia na Ucrânia de "invasão" ou criticar Moscou apesar da intensificação dos ataques militares russos no país do Leste Europeu, que estão causando um número crescente de baixas.
A China reiterou que acredita no respeito à integridade territorial de todos os países, mas disse que vê a questão da Ucrânia como tendo seu próprio contexto histórico complexo e especial.
"Entendemos as preocupações legítimas da Rússia em questões de segurança", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, a repórteres em uma entrevista diária em Pequim nesta sexta-feira.
Wang também revidou o comentário do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que qualquer país que apoiasse a invasão da Rússia seria "manchado por associação", dizendo que são os países que interferem nos assuntos internos de outros que veriam suas reputações manchadas.
Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Canadá, Austrália e União Europeia anunciaram mais sanções a Moscou além de penalidades no início desta semana, incluindo uma medida da Alemanha de suspender um gasoduto de 11 bilhões de dólares da Rússia.
Questionado se a China está preparada para aumentar as compras de petróleo russo em resposta às sanções dos EUA e da UE, Wang disse: "As sanções nunca foram uma maneira eficaz de resolver problemas. Esperamos que as partes relevantes possam trabalhar duro para resolver o problema por meio do diálogo e consulta".
(Reportagem de Eduardo Baptista, Yew Lun Tian, Martin Quin Pollard e Tony Munroe)