GENEBRA (Reuters) - O embaixador chinês na Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou nesta terça-feira o apoio demonstrado pelos Estados Unidos e outros a Taiwan durante a assembleia anual da entidade, e disse que o gesto está minando a reação global à pandemia de coronavírus.
Taiwan fez um lobby intenso para ser incluído como observador da reunião virtual de dois dias e recebeu grande apoio de EUA, Japão e outros, mas diz que não foi convidado devido à oposição da China.
"Ainda existem alguns países determinados a apelar pelas autoridades de Taiwan, violando seriamente resoluções relevantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS e minando os esforços globais antiepidemia", disse Chen Xu, o embaixador chinês, à assembleia virtual.
"A China protesta solenemente e se opõe firmemente a este comportamento".
Taiwan está impedido de ingressar em organizações da ONU, como a OMS, devido às objeções da China, que a considera uma província secessionista sem direito às benesses de um Estado soberano.
A OMS diz que está sujeita ao protocolo da ONU e que Taiwan só pode ser incluída em reuniões da OMS se os membros tomarem tal decisão.
Vários delegados protestaram contra a exclusão de Taiwan em seus discursos, incluindo o diplomata norte-americano veterano Howard Solomon em seus comentários finais, assim como os de Haiti e Paraguai.
Pouco depois do discurso do norte-americano, Chen minimizou os comentários, que qualificou de "agitação política", dizendo: "Esta conduta não é aceitável".
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, deve dizer na quarta-feira que a ilha continuará a lutar para participar ativamente de organismos globais, apesar do contratempo na OMS.
(Por Emma Farge e Stephanie Nebehay)
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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