Por Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - Um grupo de jornalistas e advogados processou a CIA e seu ex-diretor Mike Pompeo com alegações de que a agência de inteligência os espionou quando eles visitaram o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, durante a estada dele na embaixada do Equador em Londres.
De acordo com o processo, a CIA sob Pompeo violou os direitos de privacidade desses jornalistas e advogados norte-americanos ao supostamente espioná-los. Os demandantes incluem os jornalistas Charles Glass e John Goetz e as advogadas Margaret Kunstler e Deborah Hrbek, que têm representado Assange.
"A Constituição dos Estados Unidos protege os cidadãos norte-americanos dos excessos do governo dos EUA, mesmo quando as atividades ocorrem em uma embaixada estrangeira em um país estrangeiro", disse Richard Roth, principal advogado do grupo que entrou com a ação.
A CIA, que se recusou a comentar o processo, é proibida de coletar informações sobre cidadãos dos EUA, embora vários parlamentares tenham alegado que a agência mantém um arquivo secreto de dados de comunicações dos norte-americanos.
Assange apelou à Suprema Corte de Londres para bloquear sua extradição para os Estados Unidos para enfrentar acusações criminais em uma batalha legal que se arrasta há mais de uma década.
Segundo documento da ação, jornalistas e advogados foram obrigados a entregar seus dispositivos eletrônicos à Undercover Global S.L., uma empresa de segurança privada que na época fornecia segurança à embaixada, antes de suas visitas a Assange. O processo alega que a empresa copiou essas informações e as forneceu à CIA, que era então chefiada por Pompeo.
Assange passou sete anos na embaixada antes de ser preso em 2019.
Pompeo e a Undercover Global S.L. não puderam ser imediatamente contatados para comentar.
(Reportagem adicional de Jonathan Landay)