Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu ao governo sírio permissão para o envio de clínicas móveis e equipes médicas à cidade sitiada de Madaya para que possa ser avaliada a extensão da desnutrição dos moradores e para que os piores casos sejam retirados, disse uma representante da entidade nesta terça-feira à Reuters.
Um comboio de ajuda humanitária levou, na segunda-feira, o primeiro suprimento em meses de comida e medicamentos para a cidade, onde milhares de pessoas estão encurraladas. Médicos locais dizem que alguns habitantes morreram de fome.
Elizabeth Hoff, representante da OMS em Damasco que foi a Madaya na segunda acompanhando o comboio da ONU, disse que a agência precisa fazer uma "avaliação porta a porta" na cidade de 42 mil pessoas, onde uma médica síria disse a ela que entre 300 e 400 pessoas precisam de "cuidados médicos especiais".
"Estou alarmada de verdade", disse Hoff à Reuters, falando por telefone a partir da capital síria, onde ela está baseada desde julho de 2012.
"As pessoas se juntaram no mercado. Você pode ver muitas desnutridas, famintas. Elas estão magras, cansadas, bastante estressadas. Não havia um sorriso no rosto de ninguém. Não é o que se costuma ver ao se chegar com um comboio. As crianças com as quais eu falei não tinham forças para brincar."
A OMS levou 7,8 toneladas de medicamentos, incluindo kits para o tratamento de ferimentos e remédios para doenças tantos crônicas como transmissíveis, incluindo antibióticos e suprimentos nutricionais terapêuticos para crianças, disse Hoff.
"A médica disse que as mães estão absolutamente sem leite para amamentar, o leite secou e os bebês não estão saciados", disse Hoff.
Muitas pessoas desnutridas estavam fracas demais para saírem de casa.
"Precisamos entrar com o Crescente Vermelho Árabe Sírio para uma avaliação porta a porta, caso haja casos que precisemos verificar e para ter certeza de que recebam tratamento urgente", disse Hoff.
"Enviei um pedido imediato às autoridades para que mais suprimentos sejam levados para dentro. Estamos pedindo para que clínicas móveis e equipes médicas sejam enviadas."
(Reportagem de Stephanie Nebehay)