Por Bill Berkrot
NOVA YORK (Reuters) - Cientistas geraram pela primeira vez um tipo de célula-tronco embrionária que carrega uma única cópia do genoma humano, e não as costumeiras duas, um desdobramento que poderia levar ao avanço da pesquisa sobre edição genética, rastreio genético e medicina regenerativa.
Derivada do óvulo feminino, as células-tronco são as primeiras células humanas conhecidas capazes de divisão celular com apenas uma cópia do genoma da célula do progenitor, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico Nature.
Espera-se que a descoberta reduza a complexidade para se identificar anormalidades genéticas, o que poderia levar a uma melhor compreensão de muitas doenças, afirmaram os pesquisadores.
Células humanas são consideradas diploides porque elas herdam dois conjuntos de cromossomos, 23 da mãe e 23 do pai. As células reprodutivas do óvulo e do esperma são conhecidas como haploides pois elas contém um único conjunto de cromossomos. Elas não podem se dividir para gerar mais óvulos e esperma.
"O que é fundamentalmente novo é que nós temos células que podem se dividir e se renovar com um único genoma. Isso é simplesmente sem precedentes”, declarou Dieter Egli, do Centro Médico da Universidade de Columbia em Nova York, autor do estudo junto com Nissim Benvenisty, da Universidade de Jerusalém.
Os pesquisadores, incluindo cientistas da Fundação de Células-Tronco de Nova York, identificaram células-tronco haploides capazes de se transformar em muitos outros tipos de célula, como células nervosas, do coração e pancreáticas, mantendo ao mesmo tempo um único conjunto de cromossomos.