PEQUIM (Reuters) - Um cineasta tibetano que foi preso na China por fazer um filme sobre as Olimpíadas e o Tibete chegou aos Estados Unidos depois de fugir do país, afirmou um grupo de ativistas que fez campanha por sua libertação.
No final de 2009, Dhondup Wangchen foi condenado a seis anos de prisão na província chinesa de Qinghai, após fazer um documentário no qual tibetanos louvavam Dalai Lama e reclamavam de como sua cultura estava sendo menosprezada.
O filme, "Deixando o Medo para Trás", mostra uma série de entrevistas com tibetanos que contam como ainda amam seu líder espiritual exilado e acreditam que a Olimpíada de Pequim de 2008 faria pouco para melhorar suas vidas.
O documentário foi exibido em segredo a um pequeno grupo de repórteres estrangeiros em Pequim durante os Jogos.
Em comunicado divulgado na noite de quarta-feira em Pequim, o grupo Filmando para o Tibete disse que Dhondup Wangchen havia chegado a San Francisco no mesmo dia.
"Depois de muitos anos, esta é a primeira vez em que desfruto da sensação de segurança e liberdade", disse o cineasta, segundo o grupo.
"Gostaria de agradecer a todos que tornaram possível para mim abraçar minha esposa e meus filhos novamente. Entretanto, também sofro por ter deixado para trás o meu país, o Tibete".
Dhondup saiu da prisão em junho de 2014 na capital provincial de Xining, mas continuou sob intensa vigilância, com seus movimentos e comunicações monitorados, disse o grupo.
"Dhondup Wangchen conseguiu escapar das autoridades e fugir de sua área natal no Tibete e depois da República Popular da China", acrescentou o grupo, sem dar detalhes.
Questionada sobre o caso, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse a repórteres que não estava ciente do assunto. A polícia de Xining não quis comentar e o governo provincial de Qinghai não atendeu a telefonemas.
(Por Ben Blanchard; Reportagem adicional de Christian Shepherd) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20171228T122118+0000