CAIRO/ÁDEN (Reuters) - Aviões de guerra da coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardearam alvos na província iemenita de Saada, um bastião dos rebeldes houthis apoiados pelo Irã, nesta sexta-feira, e Riad anunciou um cessar-fogo humanitário de cinco dias a partir de 12 de maio, contanto que os houthis concordem com a pausa.
Horas antes, autoridades sauditas alertaram todos os civis a abandonarem a região de Saada, noroeste do Iêmen, que faz fronteira com a Arábia Saudita, até o pôr do sol desta sexta-feira, depois de ameaçarem reagir com força a um bombardeio dos houthis contra cidades fronteiriças sauditas no começo desta semana.
O canal de televisão estatal saudita Al Ekhbariya disse que toda a província árida e montanhosa se tornará um alvo militar na noite desta sexta-feira, insinuando uma escalada na intervenção de seis semanas da coalizão encabeçada por Riad na guerra civil do Iêmen.
A coalizão almeja reverter os avanços obtidos em todo o país pela milícia xiita dos houthis – vistos pela Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo e arquirrival regional do Irã, como uma ameaça de segurança – e recolocar o presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi no poder.
No final desta sexta-feira pelo horário local, o ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, proclamou uma trégua humanitária de cinco dias a partir das 23h do horário iemenita da próxima terça-feira e "sujeita à renovação se funcionar" – se as forças dos houthis concordarem com a interrupção.
"Esperamos que os houthis tenham bom senso e percebam que os interesses do Iêmen e do povo iemenita deveriam ser a maior das prioridades para todos", disse o chanceler saudita em uma coletiva de imprensa com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, em Paris. "Este cessar-fogo estará (em vigor) em todo o Iêmen, ou em nenhum lugar do Iêmen".
(Por Mohammed Ghobari e Mohammed Mukhashaf)